O Julgamento dos Bolsonaristas e a Pressão por Anistia

STF mantém firmeza enquanto bolsonaristas pressionam por anistia. Julgamentos de Zambelli e pichadora do STF refletem embates políticos intensos.

Amanhã, não espero nenhuma surpresa em relação ao acolhimento da denúncia contra Bolsonaro e seus aliados. Tudo indica que os denunciados se tornarão réus, algo que até mesmo os advogados de defesa já parecem ter assimilado. Esse resultado já está precificado, consolidado, sem margem para reviravoltas jurídicas inesperadas.

No entanto, no campo político, a história é diferente. O núcleo bolsonarista deve fazer barulho – e muito – principalmente nas redes sociais. Já vimos esse movimento antes e sabemos que ele se intensifica em momentos como esse.

A Estratégia Bolsonarista: Pressão nas Ruas e no Congresso

Após o fracasso da manifestação em Copacabana, os bolsonaristas tentarão reagrupar forças em São Paulo, no mês de abril, reforçando a narrativa pró-anistia. O objetivo principal? Impressionar os congressistas e forçar a tramitação rápida do projeto de anistia, que, embora não esteja no radar da sociedade, segue em pauta nos bastidores do Congresso.

É exatamente esse o jogo de forças que veremos nos próximos dias. A pressão aumentará, e a grande incógnita é qual será o papel de Eduardo Bolsonaro nos Estados Unidos. Ele tentará catalisar apoios internacionais, buscando visibilidade e amplificação da narrativa bolsonarista.

O Supremo Tribunal Federal é Imune à Pressão?

Mesmo com toda essa movimentação, não vejo o STF vulnerável a esse tipo de pressão política. O Congresso pode até sentir o peso dos protestos, mas o Supremo tem demonstrado firmeza. Recentemente, julgamentos cruciais foram suspensos, incluindo os casos de Carla Zambelli e da pichadora do STF, Débora dos Santos.

O caso de Zambelli, inclusive, já conta com um placar de 5 a 0 a favor da condenação, com o ministro Cristiano Zanin adiantando seu voto. Nos bastidores, há quem veja essa suspensão como uma forma de evitar duas derrotas simbólicas para o bolsonarismo em um momento tão sensível.

O Caso da Pichadora do STF: Simbolismo ou Exagero?

Uma questão que chamou a atenção foi a condenação de Débora dos Santos, a pichadora do STF, a 14 anos de prisão. Muitos questionam se a pena foi exagerada, afinal, quem picha um monumento normalmente responde com penas brandas, como prestação de serviços comunitários ou pagamento de cestas básicas.

Mas há um detalhe crucial: sua ação não foi tratada apenas como vandalismo. O contexto pesou, e a interpretação foi de que sua pichação fazia parte de um ato maior, ligado aos ataques golpistas de 8 de janeiro. O julgamento, portanto, teve um caráter simbólico e exemplar.

Conclusão: O Que Podemos Esperar?

O cenário político segue efervescente. O STF não dá sinais de ceder à pressão bolsonarista, enquanto os aliados do ex-presidente buscam reverter sua situação por meio de manifestações e articulações no Congresso.

Nos próximos dias, veremos se a mobilização conseguirá algum efeito prático ou se seguirá como mais um grito sem eco diante de um Judiciário cada vez mais determinado a impor limites aos excessos do bolsonarismo.

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