Alexandre de Moraes Sai do X Brasil e Bolsonaro Enfrenta Novas Denúncias
Nos últimos dias, a decisão do ministro Alexandre de Moraes de desativar sua conta na rede social X Brasil gerou grande repercussão. Paralelamente, novas revelações sobre o financiamento das motociatas de Jair Bolsonaro com dinheiro público trouxeram ainda mais elementos ao cenário político nacional. Enquanto Bolsonaro ironiza as denúncias, sua defesa começa a adotar uma nova estratégia para evitar sua condenação iminente.
Alexandre de Moraes e a saída do X Brasil
A desativação da conta de Alexandre de Moraes na rede social X Brasil levanta questionamentos sobre o futuro da plataforma no país. O ministro, que tinha milhões de seguidores, poderá perder definitivamente o domínio de seu perfil caso não o reative em até 30 dias. Essa movimentação pode ser interpretada como um sinal de que, diante das repetidas violações da plataforma às leis brasileiras, medidas mais severas poderão ser adotadas em breve.
O X Brasil tem sido um espaço onde ataques às instituições, disseminação de fake news e até conteúdos criminosos circulam livremente. Apesar de decisões judiciais exigindo o bloqueio de certas publicações, a plataforma frequentemente descumpre essas ordens. Isso reforça a possibilidade de que, caso continue nessa escalada de confronto com as autoridades brasileiras, possa ter seu funcionamento suspenso no país.
O escândalo das motociatas financiadas com dinheiro público
Enquanto isso, novas revelações mostram que as motociatas promovidas por Jair Bolsonaro foram bancadas com dinheiro público. Segundo a delação de Mauro Cid, milhões de reais foram gastos nesses eventos, pagos com o cartão corporativo da Presidência. O que era vendido como um movimento espontâneo de apoio ao ex-presidente, na verdade, se revelou um esquema financiado pelo Estado.
Além disso, houve a compra de motocicletas de alta cilindrada para que policiais federais e agentes da ABIN pudessem acompanhar Bolsonaro nos eventos. Esses veículos, caríssimos, foram adquiridos com recursos públicos, demonstrando o uso indevido da máquina estatal para promover a imagem do então presidente.
Uma estratégia de deboche e manipulação
Diante das denúncias, Bolsonaro reagiu com deboche. Ao ser questionado sobre o risco de prisão, declarou: “Caguei para a prisão”. A postura irônica e provocativa visa manter sua base mobilizada, utilizando uma retórica agressiva para desviar a atenção da gravidade das acusações.
A estratégia de Bolsonaro parece seguir um padrão já conhecido: primeiro, inflama seus apoiadores com discursos extremistas para garantir adesão a manifestações – como a marcada para o dia 16. Depois, ao perceber o agravamento de sua situação judicial, assume o papel de vítima e perseguido político.
A mudança de tom da defesa de Bolsonaro
Ao mesmo tempo em que Bolsonaro adota um discurso de enfrentamento, sua defesa ensaia uma mudança de estratégia. Em recente entrevista à GloboNews, o advogado do ex-presidente sugeriu que ele não tinha intenção golpista e que foi pressionado por aliados. Assim, a nova narrativa busca afastar a responsabilidade de Bolsonaro, colocando a culpa em figuras como Braga Netto e Mauro Cid.
Essa tática visa construir uma imagem de Bolsonaro como alguém que, apesar de estar no centro das articulações, teria sido apenas um espectador passivo. O objetivo é minimizar sua participação para tentar amenizar sua punição nos tribunais.
A força das provas contra Bolsonaro
No entanto, essa estratégia enfrenta um grande obstáculo: as provas. Segundo o diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, o trabalho investigativo foi uma obra-prima. As evidências reunidas vão muito além da delação de Mauro Cid, abrangendo documentos, registros eletrônicos e trocas de mensagens que comprovam o envolvimento direto de Bolsonaro nas tentativas de golpe.
Diferente do que aconteceu com Lula, Bolsonaro terá direito ao devido processo legal, ampla defesa e presunção de inocência até que seja condenado. No entanto, se tentar obstruir a Justiça, poderá ser preso preventivamente antes mesmo da conclusão do julgamento.
O fim da narrativa bolsonarista?
A estratégia de Bolsonaro de usar o deboche para desviar o foco das acusações pode funcionar por um tempo, mas tem seus limites. Parte de sua base ainda se mantém fiel, mas outra parcela começa a questionar o custo de seguir defendendo um líder cada vez mais comprometido com provas inegáveis.
Além disso, figuras como Eduardo Bolsonaro demonstram desespero, chegando a pedir orações para evitar a prisão do pai. Essa mudança de postura indica que, nos bastidores, a preocupação está crescendo. O que antes era tratado como bravata agora se tornou uma ameaça real para o ex-presidente e seu círculo próximo.
A colheita do que foi plantado
Bolsonaro sempre apostou no caos e na desinformação como ferramentas políticas. Mas, como diz o ditado, quem planta vento, colhe tempestade. O que estamos vendo agora é o início da colheita do que foi plantado ao longo dos últimos anos.
Diferente de Lula, que foi condenado sem provas concretas, Bolsonaro será julgado com um volume esmagador de evidências. O processo contra ele está longe de ser uma perseguição política; trata-se da aplicação da lei contra um líder que tentou subverter a democracia.
Com cada nova revelação, a defesa de Bolsonaro se torna mais frágil. E, à medida que as investigações avançam, fica cada vez mais claro que a Justiça não permitirá que essa história termine em impunidade.