General Heleno Rompe com Bolsonaro: Tentativa de Salvar a Própria Pele?
General Heleno abandona Bolsonaro e nega envolvimento em golpe. Sua defesa alega desconhecimento, mas registros mostram declarações controversas. Leia mais!

A Queda de um Aliado Histórico
O ex-presidente Jair Bolsonaro enfrenta um momento crítico em sua trajetória política, com aliados históricos tentando se desvincular de seu governo e das acusações relacionadas aos eventos de 8 de janeiro de 2023. Um dos casos mais emblemáticos é o do general Augusto Heleno, outrora considerado a “eminência parda” de Bolsonaro, que agora busca se afastar do ex-mandatário e de qualquer envolvimento em supostos atos golpistas.
A Declaração do Advogado de Heleno
Durante recente depoimento, o advogado Matheus Milanez, que representa o general Heleno, argumentou que seu cliente não teve participação ativa na disseminação de informações falsas sobre o sistema eletrônico de votação. O jurista enfatizou que, na live realizada em 29 de julho de 2021, em que Bolsonaro fez diversas alegações infundadas sobre a segurança das urnas eletrônicas, Heleno permaneceu inerte:
“Ele [Heleno] ficou sentado, não falou uma palavra, não fez um gesto, não fez absolutamente nada. Quem participou da live falando e atuando em primeiro plano seria o ex-presidente Jair Bolsonaro. Ele ficou quieto.”
Contradição nas Declarações
A postura defensiva de Heleno contrasta com declarações anteriores feitas por ele mesmo. Em fevereiro de 2022, durante uma reunião ministerial, Heleno afirmou:
“Se tiver que dar soco na mesa, é antes das eleições. Se tiver que virar a mesa, é antes das eleições. Depois das eleições, será muito difícil que tenhamos alguma nova perspectiva.”
Essa declaração indica um tom abertamente golpista e foi inclusive interrompida por Bolsonaro, que temia seu vazamento.
O Papel de Heleno no Governo Bolsonaro
Augusto Heleno exerceu um papel fundamental no governo Bolsonaro como chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI). Durante sua gestão, ele demonstrou alinhamento com pautas que questionavam a democracia e a segurança das instituições.
Agora, no entanto, sua defesa tenta argumentar que ele não participou da organização de qualquer trama golpista. Seu advogado questiona o valor de provas como gravações e documentos internos do governo e alega que seu cliente apenas emitia opiniões baseadas em “suas experiências e idade”.
Um Movimento Esperado
Não é surpresa que figuras próximas a Bolsonaro busquem se distanciar conforme o cerco se fecha. Com exceção do almirante Garnier dos Santos, praticamente todos os envolvidos nos processos relacionados às investigações do golpe de Estado tentam argumentar que não tinham conhecimento das ações ilegais em curso. Essa estratégia é comumente adotada por integrantes de organizações criminosas quando estas começam a ruir: cada um busca salvar sua própria pele.
Conclusão
A tentativa de Heleno de se desassociar de Bolsonaro e dos eventos antidemocráticos levanta questionamentos sobre sua responsabilidade nos acontecimentos. Será possível apagar seu passado de lealdade irrestrita ao ex-presidente? Ou sua imagem está irremediavelmente ligada a um dos períodos mais conturbados da história política brasileira?
Good https://urlr.me/zH3wE5